sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Um terço dos usuários de academias são idosos, calcula associação


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Dentista de 80 anos malha 3 vezes por semana e mantém peso de jovem.
Especialistas dão dicas para se exercitar sem ter dor ou piorar problemas.

Muitos brasileiros têm passado dos 60 anos com um ritmo diário de exercícios físicos de dar inveja a jovens e adultos sedentários. Segundo um levantamento da Associação Brasileira de Academias (Acad), os idosos já são responsáveis por um terço das matrículas no país.

Esse número é equivalente a 1,8 milhão de alunos - há dez anos não passava de 300 mil.

Em Santos, no litoral sul de São Paulo, o dentista João Henrique de Mesquita, de 80 anos, é um exemplo dessa disposição há 62 anos, quando começou a malhar.

Além de fazer musculação três vezes por semana, o profissional – que ainda não pensa na aposentadoria – se mantém ativo com aulas de natação, surfe, kitesurf, caminhadas e corridas na praia.

João academia (Foto: Arquivo pessoal)

João Henrique de Mesquita, de 80 anos

 frequenta a academia três vezes por semana (Foto: Arquivo pessoal)


"Mantenho o peso desde os 18 anos: 70 kg em 1,76 m. Não sinto dor, não tenho colesterol alto, nada. Sempre me cuidei e tive uma alimentação saudável, e nunca malhei para ficar forte, com braço e peitoral. Isso tudo é consequência", diz Mesquita.

Segundo ele, é possível reconhecer quem não faz atividade física regular só de olhar na rua, pelo andar cansado. Mas o dentista destaca também que os exageros são tão prejudiciais quanto a falta de exercícios, e cita ex-atletas que se desgastaram e sentem dores após anos de treinamento intensivo.

"Amigos meus extrapolaram e tiveram que parar, por causa de lesões, problemas nas articulações e até rompimento do bíceps. O excesso em tudo é ruim", afirma o santista.

E os idosos não querem apenas aulas de baixo impacto, como hidroginástica, alongamento e pilates. Procuram diversificar as modalidades e também ter um gasto calórico alto, para manter a forma.

É o caso da dona de casa paulistana Terezinha Jorge, de 63 anos, que faz natação e hidroginástica duas vezes por semana, musculação e esteira na academia do prédio há um ano, e corridas no parque com um personal trainer, para fortalecer o corpo.

Terezinha academia (Foto: Arquivo pessoal)

Terezinha Jorge, de 63 anos

faz esteira na academia do prédio onde mora, em SP (Foto: Arquivo pessoal)


"Sempre me exercitei, faço natação há 30 anos e gosto muito do estilo borboleta, que todo mundo acha pesado. Nado entre 1.000 e 1.200 metros em 45 minutos", revela.

Terezinha conta que é "caxias" e não falta a nenhuma aula, mesmo não gostando muito de musculação. Já o personal, segundo ela, é um incentivo a mais, pois, se não tiver ninguém do lado, acaba não tendo ânimo para se mexer.

Durante a menopausa, a dona de casa diz que passou por um período de pré-diabetes, hipertensão, colesterol e triglicérides altos – que já baixaram.

"Para controlar a alimentação, estou consultando uma nutricionista, porque gosto muito de comida salgada", revela.

Avaliação médica

Para que a atividade na terceira idade seja prazerosa e não provoque dores, o ortopedista Erick Murata, que atua em São Paulo, destaca alguns cuidados. Para quem tem problemas na coluna ou nas articulações, como artrose no quadril, joelho ou tornozelo, o ideal é mesmo fazer exercícios mais leves, de baixo impacto, como alongamento, hidroginástica, natação, esteira e musculação – com menos carga e mais repetições.

"A pessoa não pode sofrer, precisa ter condição física, ortopédica e também força de vontade", enumera.

O médico reforça a importância de fazer uma avaliação geral antes de sair do sedentarismo, principalmente para ver as condições cardiovasculares, a pressão arterial e a capacidade respiratória.

"Se o paciente estiver bem, pode começar no dia seguinte. É recomendado fazer o check-up antes do início e a cada seis meses, ou assim que tiver alguma alteração, como falta de ar, dor no peito ou tontura", cita.

Murata ressalta que a musculação também pode trazer benefícios aos ossos, por prevenir a osteoporose ou evitar que um estágio anterior da doença avance. Segundo o ortopedista, a partir dos 45 anos, a mulher tem uma perda de massa óssea de até 1% por ano, enquanto o homem tem um desgaste anual de 0,3% a 0,5% a partir dos 50 anos.

Além disso, é indicado usar um tênis de boa qualidade. Se o indivíduo tiver preparo e não sofrer nenhuma doença, pode atingir o nível de um jovem.

"Tudo é questão de treino e condicionamento. E o exercício também aumenta o convívio social e melhora o humor dos praticantes", diz.

Preparação física

Na opinião do preparador Alcides Sousa da Silva, que trabalha em uma academia em São Paulo e também como personal trainer, os idosos precisam de um treino individualizado, com base no histórico clínico, para saber se há algum limite e evitar eventuais abusos.

"Assim, dá para fazer todo dia, e sempre algo diferente", enfatiza Silva, que tem 20 alunos nessa faixa entre os 110 para os quais dá aula.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde
            Bem - Estar

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