O
Brasil estará produzindo, dentro de cinco anos, toda a quantidade do
medicamento pramipexol necessária para o tratamento do mal de Parkinson no
país. A produção nacional do remédio, apontado como a primeira escolha no
tratamento da doença, será feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Acordo
assinado hoje (3), no Rio de Janeiro, deu início à transferência da tecnologia
para a produção do remédio que será repassada pelo laboratório alemão
Boehringer Ingelheim a técnicos do Instituto de Tecnologia em Fármacos
(Farmanguinhos).
O
Farmanguinhos é a unidade técnico-científica da Fiocruz considerada o maior
laboratório farmacêutico oficial vinculado ao Ministério da Saúde. A partir de
2015, a Fiocruz passa a responder por 50% do pramipexol produzido e consumido
no país. “[O pramipexol] é, hoje, o principal tratamento [para o mal de
Parkison] e, para nós, do ponto de vista da produção, tem ainda uma atração
tecnológica: com nosso aprendizado, essa tecnologia vai permitir que
Farmanguinhos incorpore outros medicamentos relacionados aos males do sistema
nervoso central no futuro”, explicou o diretor do Instituto Farmanguinhos,
Hayne Felipe da Silva
Em
2017, toda a produção do medicamento consumido pelos brasileiros será nacional.
A nacionalização da tecnologia do medicamento significa economia e maior
controle sobre a demanda. Anualmente, são gastos cerca de R$ 40 milhões na
aquisição desse remédio no mercado internacional para a distribuição em toda a
rede pública de saúde brasileira.
“Tem
o lado da soberania do país, enquanto fornecedor de um medicamento importante.
E também possibilita a ampliação de acesso porque você reduz custo. A parceria
permitirá uma redução de aproximadamente 5% do valor dispendido hoje pelo
Ministério da Saúde, que poderá ampliar o acesso”, acrescentou Silva.
O
pramipexol é um dos medicamentos mais usados no tratamento do mal de Parkinson,
doença que afeta quase 200 mil brasileiros com mais de 60 anos, segundo
estimativas da Associação Brasil Parkinson. O medicamento age como a dopamina
(neurotransmissor cuja produção decai no doente de Parkinson pela morte dos
neurônios que o produzem) e vem apresentando bons resultados, segundo
especialistas, tanto na fase avançada, associado a outras substâncias, quanto
na fase inicial do tratamento, protegendo o cérebro contra algumas complicações
tardias do tratamento com levodopa ou retardando o aparecimento dessas
complicações.
O
mal de Parkison é uma doença degenerativa, crônica e progressiva, que atinge,
principalmente, a população idosa, provocando tremor, rigidez muscular,
diminuição da velocidade dos movimentos e afetando o equilíbrio físico do
doente. A doença também pode provocar problemas de sono, depressão e
dificuldades da fala.
Fonte:
Correio Braziliense
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