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Gravidez com obesidade
Ironicamente,
apesar da ingestão calórica excessiva, muitas mulheres obesas são deficientes
em vitaminas vitais para uma gravidez saudável.
Juntas, elas
apresentam um conjunto único de desafios que as mulheres e seus médicos devem
enfrentar para alcançar o melhor resultado possível para a mãe e para o bebê.
Mito ou
Verdade?
"Embora
você possa ter uma gravidez bem-sucedida com qualquer peso, as
mulheres precisam entender os desafios que o seu peso irá criar e se tornar uma
parceira no seu próprio tratamento, pois elas precisam conversar com seus
médicos sobre a melhor forma de otimizar a sua saúde e a saúde de seu bebê," recomenda ela.
"Eu trato
pacientes obesas o tempo todo, e embora nem tudo saia sempre exatamente como
planejado, elas podem ter uma gravidez saudável," afirma a médica.
Os seguintes
mitos e verdades destacam alguns dos obstáculos para se ter em conta antes,
durante e após a gravidez com obesidade.
Alguns são bem
comuns, mas alguns chegam a ser surpreendentes.
Muitas
mulheres obesas apresentam deficiência de vitaminas
Verdadeiro.
Quarenta por
cento são deficientes em ferro, 24% em ácido fólico e 4% em vitamina B12.
Esta é uma
preocupação porque certas vitaminas, como o ácido fólico, são muito
importantes antes da concepção, diminuindo o risco de problemas cardíacos e
defeitos da coluna vertebral em recém-nascidos.
Minerais, como
cálcio e ferro, são necessários durante a gravidez para ajudar os bebês crescerem.
A especialista
afirma que a deficiência de vitamina tem a ver com a qualidade da dieta, e
não com a quantidade.
Mulheres obesas tendem a fugir dos cereais fortificados, frutas e legumes, e comer mais
alimentos processados, que são ricos em calorias, mas pobres em valor
nutritivo.
"Assim
como todo mundo, as mulheres que estão pensando em engravidar, ou estão
grávidas, devem adotar uma mistura saudável de frutas e legumes, proteínas
magras e carboidratos de boa qualidade," afirma.
Pacientes
obesas precisam de ganhar pelo menos 7 quilos durante a gravidez
Meia verdade.
Em 2009, o
Instituto de Medicina dos Estados Unidos revisou suas recomendações para ganho
de peso gestacional de mulheres obesas de "pelo menos 7 quilos" para
"de 5 a 9 quilos".
O detalhe é
que, além de um menor limite inferior, agora há um limite máximo.
De acordo com
pesquisas anteriores, as mulheres obesas com ganho de peso excessivo durante a gravidez têm um risco muito elevado de
complicações, incluindo o nascimento prematuro, cesariana, falha na indução do
parto, bebês grandes demais para a idade gestacional e recém-nascidos com baixo
teor de açúcar no sangue.
Se uma mulher
começa a gravidez com sobrepeso ou obesa, não ganhar muito peso pode de fato
melhorar a probabilidade de uma gravidez saudável, ressalta a médica. Falar com
seu médico sobre o ganho de peso adequado para a sua gravidez é fundamental,
diz ela.
O risco de
parto prematuro espontâneo é maior em obesas do que em não-obesas.
Mito.
Mulheres obesas têm maior probabilidade de parto prematuro recomendado - um parto
antecipado por razões médicas, como diabetes materno ou pressão arterialelevada.
Mas, paradoxalmente,
o risco de parto prematuro espontâneo - quando uma mulher entra em trabalho de
parto por uma razão desconhecida - é, na verdade, 20% menor em obesas do que em
não-obesas.
Não há
explicação para o porquê disso, mas Thornburg diz que a hipótese corrente
sugere que isto está provavelmente relacionado a alterações hormonais nas
mulheres obesas que podem diminuir o risco de parto prematuro espontâneo.
Doenças
respiratórias na obesidade aumentam risco de complicações não pulmonares na
gravidez
Verdadeiro.
As doenças
respiratórias na obesidade incluem a asma e apneia obstrutiva do sono, enquanto
as complicações não-pulmonares na gravidez incluem o parto
cesáreo e a pré-eclâmpsia (pressão
alta).
Mulheres
obesas têm taxas de complicações respiratórias mais elevadas, e até 30% têm uma
exacerbação da asma durante a gravidez, um risco quase uma vez e meia maior do
que as mulheres não-obesas.
De acordo com
Thornburg, as complicações respiratórias representam apenas uma peça do
quebra-cabeça dos problemas de saúde na obesidade, que aumenta a probabilidade
de problemas na gravidez.
Ela salienta a
importância de manter a asma e outras condições respiratórias sob controle
antes de engravidar.
As taxas de
amamentação são elevadas entre mulheres obesas
Mito.
As taxas
de amamentação são baixas entre as mulheres obesas, com apenas 80%
amamentando nos primeiros dias, e menos de 50% indo além de seis meses, ainda
que a amamentação esteja associada com menor retenção de peso pós-parto.
Thornburg
reconhece que pode ser um desafio para as mulheres obesas amamentarem.
Muitas vezes
leva mais tempo para seu leite descer e elas podem ter menor produção, já que o
tamanho do peito não tem nada a ver com a quantidade de leite produzido.
"Devido a
estes desafios, as mães precisam ser educadas, motivadas e trabalharem com seus
médicos, enfermeiros e profissionais de lactação para caprichar na amamentação.
Mesmo que só seja possível fazer o aleitamento parcial, ainda é melhor do que
amamentação nenhuma," conclui a médica.
Fonte: Emily Boynton
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