Distensões no
músculo cardíaco
A
prática excessiva de exercícios pode danificar o coração, indica um pequeno
estudo feito por especialistas australianos.
Exames
de ressonância magnética de 40 atletas que se preparavam para participar de
eventos esportivos extremos, como triatlos ou competições de ciclismo em
montanha, revelaram que a maioria apresentava distensões no músculo cardíaco.
A
maior parte se recuperou completamente depois de uma semana, mas cinco dos
atletas, que vinham treinando há mais tempo, apresentaram cicatrizes -
possivelmente um indício de danos permanentes.
Treinamento
sensato
A
equipe da Universidade de Melbourne disse à revista científica European
Heart Journal que as alterações encontradas poderiam, no futuro, provocar
problemas cardíacos como a arritmia.
Mas
eles enfatizaram que não se deve concluir, com base nesse estudo, que esportes
extremos sejam ruins para a saúde.
Para
a maioria dos atletas, uma combinação de treinamento sensato e recuperação
adequada deve trazer melhorias na função do músculo cardíaco, os pesquisadores
disseram.
A
equipe disse que são necessários mais estudos para aprofundar a questão e fazer
um acompanhamento de longo prazo.
Treinamento
extremo
O
diretor médico da Maratona de Londres, Sanjay Sharma, disse que os resultados
convidam à reflexão, mas concordou que é preciso fazer mais pesquisas.
"Minha
opinião é de que exercícios extremos provavelmente causam danos ao coração em
alguns atletas. Não acredito que o corpo humano seja desenhado para (suportar)
exercícios durante até 11 horas por dia, então danos ao coração não são
implausíveis."
Shama
disse, no entanto, que era cedo para dizer se a prática de esportes radicais
causa danos a longo prazo.
Doireann
Maddock, representante da British Heart Foundation, disse que as pessoas não
devem deixar de fazer exercícios com base no novo estudo.
"É
importante lembrar que os benefícios da atividade física para a saúde estão bem
estabelecidos. Os atletas altamente treinados envolvidos nesse estudo estavam
competindo em eventos de longa distância e treinavam mais de dez horas por
semana", afirmou.
"Mais
pesquisas de longo prazo serão necessárias para determinar se os exercícios
extremos podem causar danos ao ventrículo direito em alguns dos atletas."
Fonte: Diário da Saúde
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